O futuro do Coaching nas organizações horizontais
Por Maria Angélica Carneiro.

Novas formas de administrar as organizações têm surgido para suprir a epidemia de insatisfações e desilusões com o modelo até então vigente, resultante de uma estrutura fortemente hierarquizada, uma liderança top down, causando insatisfações crescentes nos funcionários do mais alto escalão aos níveis mais básicos.

Nesta nova era de tecnologia, as empresas têm sido demandadas por informações e processos decisórios mais ágeis, tomando para si a reponsabilidade de se horizontalizar, formando para tal equipes multifuncionais, focadas na entrega em menor tempo e maior qualidade.

Dessa forma, grupos de diferentes áreas da empresa se formam com responsabilidade e autonomia de execução, em menor prazo e maior qualidade.

A grande questão para as organizações passou a ser: como fazer com que o trabalho possa contribuir mais fortemente para uma vida mais plena de significado e propósito?

As organizações e seus líderes passaram a usar tecnologias ágeis, aliadas à missão de dar valor e significado ao seu propósito e de seu pessoal, favorecendo um local de trabalho autêntico, formando clima de comunidade, proporcionando mais consciência para os indivíduos, times e organização, com forte senso de pertencimento e confiança no coletivo.

Este cenário multifuncional e de maior horizontalidade, por outro lado, passou a gerar as seguintes necessidades:

- Abertura para dar e receber “feedback in time”
- Abertura para o diálogo
- Alinhamento de metas compartilhadas
- Maior conexão e propósito de si e das tarefas
- Lidar com divergências e conflitos
- Autoconfiança e autonomia
- Agilidade nos processos decisórios
- Comprometimento e accountability

Podemos dizer ser este um grande cenário de expansão e atuação de coaching.
Tanto para o coaching individual como para o team coaching, o internal coaching e o “líder gestor como coach”, combinados ou juntos. É um cenário propício também para as “mentorias entre pares”, em lugares e momentos diversos nas empresas.

Todos eles trazem como resultado a formação de profissionais comprometidos e responsáveis com o desenvolvimento contínuo, protagonismo, autogestão e responsabilidade com a cultura e propósito organizacional.

Quando isso começa a acontecer em todas as camadas da organização, torna-se visível o desafio do quanto o coaching e a “mentoria entre pares” poderá ajudar, beneficiar e expandir o individual e o coletivo.

Isso promove uma cultura organizacional mais horizontalizada, onde conversas, conflitos e feedbacks se retroalimentam, gerando mais e mais maturidade de liderança e gestão.

Tão importante quanto os resultados é a coerência saudável do clima com impacto direto na cultura organizacional.