Artigo | Os cinco estágios da pandemia
Por Jorge Dornelles de Oliveira
Master Certified Coach e Co-fundador da Escola de Coaches do EcoSocial.
O luto da vida é o que temos vivido em tempos de pandemia. Você se encontra na fase de negação, acha que a vida perdeu o sentido e está meio entorpecido sem saber se vale a pena continuar ou, por que continuar se nada mais será como antes? Em geral, a negação e o isolamento andam juntos --, nesse caso, porém, a negação é o efeito colateral do fato de você ter sido isolado compulsoriamente.
Ou já passou dessa etapa e no momento está fulo (não sabe com quem ou com o quê exatamente) mas está com muita raiva, sentimento autorizado e facilmente “reconhecível” mas que esconde muitos outros como a dor e aquela sensação de que esse quadro não vai mudar, é coisa que jamais passará.
Isso é o que mais tem me incomodado. A sensação de impotência e necessidade de controle andam me impedindo de ver o cenário como um todo e analisar possibilidades. Aí a raiva brota com força bruta igual a de um hidrante que se rompeu.
Se identificou? É isso o que anda sentindo?
Se você anda numa luta interna, daquelas que no momento tem vários inimigos mas nenhum com o qual possa se confrontar de verdade, e começa a se culpar por não ter se permitido mais quando ainda era possível – fazendo coisas que sempre imaginou mas postergou constantemente, sabe-se lá porque -, talvez você esteja na barganha. Sabe como é. Se isso, se aquilo, uma infindável lista de se(s).....uma luta inglória que não leva a lugar nenhum.
Cheguei perto?
Talvez não. Talvez você esteja simplesmente deprimido. O mundo parou e você também; está sem forças, o desânimo te pegou de um jeito nunca dantes imaginado. Tudo é um vazio. E a tristeza nem consegue se aproximar.
Qualquer que seja o estagio que você vivencia, eles costumam acontecer num looping que nos deixa tontos, sem nenhuma sequência lógica. No meu caso já fui da negação para a depressão e voltei passando pela raiva para cair de cara na depressão novamente, sem sequer considerar a barganha. Para que, não é mesmo? Negociar comigo mesmo não vai mudar o cenário à minha volta.
Nos últimos dias, no entanto, tenho começado a ouvir uma voz bem baixinho que fica repetindo aquele dito super popular e adequado ao momento: aceita que dói menos.
Já te aconteceu? Ou você ainda está brigando consigo mesmo e estacionou na negação?
Teoricamente é a aceitação que nos fará sobreviver a esse falecimento social que temos sentido de forma tão virulenta (trocadilho que vem a calhar), ao lado da angústia e da ansiedade que o acompanham.
Onde você está exatamente, já começou aceitar a realidade e a dar inicio ao seu processo de cura?
Preparado para um novo tempo? Ou não conseguiu ainda vislumbrar nada de novo no front?