Liderança: cultivando a autoconsciência
Texto extraído do livro de Pamela McLean, "Self as Coach, Self as Leader". Traduzido por Maria Angélica Carneiro (MCC).


Quanto mais os executivos subirem na escalada organizacional, menos podem depender de habilidades técnicas e maior a necessidade de habilidades interpessoais eficazes e inteligência emocional. Estamos falando de EU – IE (inteligência emocional individual).

Os líderes de hoje precisam se conhecer, saber dos seus pontos cegos, valores, possibilidades, padrões e histórias antigas - sua história de vida. Precisam saber como interferem no sistema ou tomam partido dele, em prol da sua liderança e da equipe.

Eles precisam saber realizar relacionamentos saudáveis com sua equipe, pensar e engajar a liderança coletiva daqueles que estão ao seu redor. Isso é NÓS – IE (inteligência emocional do coletivo).

Hoje entendemos que o cultivo do cenário do Coach Interno ou do Team Coaching é necessário, tornando-se mutuamente poderoso para um momento cultural que exige uma abordagem semelhante para dentro da liderança.

Além das competências-padrão, os líderes de hoje precisam ter clareza de propósito, coragem e uma autoconsciência mais profunda do que nunca.

A autoconsciência é, talvez, um dos maiores diferenciais para quem entra em um papel de liderar equipes.

O que isso requer? Exige que as organizações sejam claras sobre sua visão, missão e lugar no mundo. Requer um compromisso total com o desenvolvimento de pessoas e uma capacidade de fazê-lo tanto no local, no momento, quanto ao longo de suas carreiras. Requer líderes que tenham sensibilidades mais nítidas sobre as necessidades e motivações da força de trabalho e do mundo de hoje.

Todos os líderes sabem que estamos vivendo em novos tempos que são imprevisíveis, caóticos e em constante mudança. O Colégio de Guerra do Exército dos USA apelidou de VUCA (volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade) e outros expandiram essa definição para SUPER – VUCA para sublinhar as forças dramáticas em jogo hoje. A mudança rápida é nossa constante, que nos leva a saltos esperados e inesperados para a organização. O maior desafio é cultivar nosso capital humano, desenvolver e reter grandes talentos em tempos tumultuados e imprevisíveis.

O mundo do trabalho está passando por grandes mudanças; conforme o conceito de VUCA, os dias de líderes que buscam segurança se foram em grande parte; e a visão de talentos e habilidades que são mais necessárias também estão mudando continuamente. O que isso tudo significa?

Significa que as necessidades das organizações e dos líderes estão mudando radicalmente. O principal indicador de sucesso para uma organização é a capacidade de ajudar um líder, em qualquer nível a estar no seu melhor – de uma maneira que melhore o seu engajamento total e o impacto – o mais rápido possível. Na linguagem de Gallwey, o trabalho é apoiar o líder a encontrar seu jogo interior para estar no seu melhor.

O Líder Coach com foco em desenvolvimento não está centrado na resolução de problemas ou no fornecimento de correções rápidas míopes. Em vez disso a liderança focada em desenvolvimento, ajuda líderes a identificar e realizar mudanças que lhe permitirão ser ainda mais eficazes em suas funções e em seus sistemas com uma visão e vinculação às necessidades do mundo mais amplo, usando assim mais de si mesmo em todos os seus papeis, cultivando conscientemente suas capacidades internas.

Este trabalho requer a exploração de tudo o que está sob a superfície. Requer uma profundidade de conhecimento e capacidades de um olhar em profundidade, um ouvir além das palavras e uma percepção aguçada do sistema interno e externo e seus impactos na organização. Acima de tudo uma vontade constante de desenvolvimento além da disposição de evoluir continuamente em seu trabalho também.

A autoconsciência de um líder é talvez um dos maiores diferenciais para quem entra em um papel de liderança com significado.